Operação "Bronze Mortal" desmantela rede clandestina de bronzeamento artificial em Goiânia
Clínicas, influenciadoras e fabricantes de equipamentos são alvos da ação que resultou em prisões, apreensão de máquinas e constatação de risco grave à saúde pública.
GOIÂNIA
Durante todo o dia de ontem (11/04), a Polícia Civil de Goiás, por meio da Central Geral de Flagrantes, em conjunto com a Vigilância Sanitária de Goiânia, deflagrou a operação "Bronze Mortal", com o objetivo de combater o uso irregular de câmaras de bronzeamento artificial com luz ultravioleta (UV) para fins estéticos. A ação ocorre após denúncias de vítimas que sofreram queimaduras graves e relataram os procedimentos clandestinos à CGF.
De acordo com as investigações, os equipamentos utilizados nessas clínicas clandestinas possuem lâmpadas fluorescentes de alta potência que, conforme estudos científicos, estão diretamente associadas ao aumento da incidência de câncer de pele, envelhecimento precoce e danos oculares. A prática é proibida pela recente Resolução da Anvisa n° 1260/2025, que reforça os riscos à saúde provocados por esse tipo de procedimento estético.
Durante a operação, quatro pessoas foram presas em flagrante: um marceneiro responsável pela fabricação das máquinas — com oito unidades e 170 lâmpadas de origem estrangeira apreendidas (provenientes da Alemanha e dos Estados Unidos) —, duas influenciadoras digitais proprietárias de espaços de estética que promoviam cursos e procedimentos em suas redes sociais, e o dono de uma clínica de luxo no Setor Bueno.
Ao todo, mais de 15 máquinas de bronzeamento artificial foram apreendidas e interditadas. Na clínica localizada no Setor Bueno, também foram encontrados diversos produtos de estética com validade vencida, agravando ainda mais o cenário de risco sanitário.
Os envolvidos foram autuados por infrações aos artigos 7º, incisos VII e IX da Lei nº 8.137/1990 (crimes contra as relações de consumo), artigo 65 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) e artigo 132 do Código Penal (perigo para a vida ou saúde de outrem).
A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária alertam para que a população denuncie práticas semelhantes e reforçam que o bronzeamento artificial com emissão de radiação UV continua proibido no Brasil por representar ameaça comprovada à saúde pública.